Vontade de apertar o menino maluquinho junto ao peito, de abraçar o Ziraldo, de dizer-lhe: poeta, poeta! (élio Pellegrino)
Responda rápido: o que dá a mistura dos nomes Zizinha e Geraldo?
Se vocês estão se perguntando, aí vai a resposta: o nome de um dos autores infantis mais consagrados do Brasil, ou seja, Ziraldo. Inovando desde seu nascimento!
Mas as inovações não pararam por aí. Ziraldo Alves Pinto, mineiro de Caratinga, que nasceu em 24 de outubro de 1932, já aos seis anos publicava seu primeiro desenho em um jornal, o “Folha de Minas”. Foi também neste jornal que ele começou a trabalhar de forma efetiva como jornalista, em 1954. Antes desse periódico, o autor apenas fazia algumas colaborações para a revista “Era uma vez”.
Mesmo não sendo formado em Jornalismo (fez direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em 1957), Ziraldo trabalhou muito nesta área. Fora a “Folha de Minas”, o autor publicou nas revistas “A cigarra”, “O Cruzeiro”, “Visão”, “Fairplay” e no “Jornal do Brasil”, onde ainda publica.
Além de jornalista, Ziraldo é pintor, cartunista, teatrólogo, chargista e escritor. Na década de 60, lançou a primeira revista brasileira de comics feita por um só autor. Quem puxava a turma criada por Ziraldo era um importante personagem do folclore brasileiro: o Saci Pererê. Junto a ele vinham outros personagens típicos de nosso país, como o índio, a onça, o jabuti, o tatu e outros, chamados de “A turma do Pererê.
Além de jornalista, Ziraldo é pintor, cartunista, teatrólogo, chargista e escritor. Na década de 60, lançou a primeira revista brasileira de comics feita por um só autor. Quem puxava a turma criada por Ziraldo era um importante personagem do folclore brasileiro: o Saci Pererê. Junto a ele vinham outros personagens típicos de nosso país, como o índio, a onça, o jabuti, o tatu e outros, chamados de “A turma do Pererê.
Em 1964, porém, a revista foi vetada pelos militares que tomaram o poder no Brasil. Somente alguns anos depois, em 1973, as histórias da turma voltaram, agora divididas em três edições, lançadas em forma de álbuns. Mais tarde, essas histórias foram publicadas em vários livros didáticos brasileiros, levando a nossa cultura às crianças em fase escolar.
Da mesma forma que outros autores infantis, como Ana Maria Machado e Ruth Rocha, Ziraldo também lutou contra a ditadura militar, período de intensa opressão. Manifestou sua resistência de várias formas, dentre elas, lançando um dos mais importantes jornais contra o governo autoritarista, “O Pasquim”, inaugurado um ano após o AI 5.
Mesmo com a repressão, Ziraldo não se intimidou. Neste período, lançou a revista “Graphis”, na qual fazia arte gráfica. Publicou em revistas internacionais, como Penthouse e Private Eye da Inglaterra, Plexus e Planete da França e Mad dos Estados Unidos. Devido ao seu trabalho, chegou, inclusive, a ganhar o Oscar Internacional de Humor, em Bruxelas, e o Prêmio Merghantealler, na Venezuela.
Seu primeiro livro infantil foi “F licts”. Nele o autor conta a história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo: “Não tinha a força do vermelho, não tinha a imensidão do amarelo, nem a paz que tem o azul. Era apenas o frágil, e feio, e aflito Flicts”.
No ano de 1980, Ziraldo lançou seu maior sucesso dentro da literatura infantil, “O menino maluquinho”. A história agradou tanto que, a partir dela, vieram o filme, o site, a peça, os quadrinhos, um jogo de vídeo game e até a ópera do menino maluquinho, além de levar o autor a receber o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. A partir do “menino maluquinho” vieram os livros “Uma professora muito maluquinha”, “O bebê maluquinho” e “Diário da Julieta”.
Outras obras de Ziraldo: “O bichinho da maçã”, “As anedotinhas do bichinhos da maçã”, “O menino quadradinho”, “O joelho Juvenal”, “Os dez amigos”, “Vito Grandam”, “A super mãe”, “O planeta lilás”, “O menino do rio doce”, “A menina das estrelas”, “Jeremias, o bom”.
No site http://www.ziraldo.com.br/ você pode encontrar mais informações sobre o pai do menino maluquinho e suas obras. Nele também está disponível uma versão on-line da sua obra mais famosa (O menino maluquinho). No blog http://ziraldo.blogtv.uol.com.br/ podemos conhecer melhor suas charges, tirinhas, cartuns e outras produções do artista.
Ziraldo: o escritor maluquinho
Quem convive com Ziraldo sabe que ele passa o dia inteiro refletindo, interpretando os fatos, inventando coisas... Observa, processa, questiona, propõe, revê..., da hora em que acorda até a hora em que vai dormir. É uma pessoa irriquieta, que vê e não apenas olha, transmutando a realidade por ângulos inéditos, que coloca diante de nossos olhos, pondo por terra as convicções, levando-nos a pensar (LEITE, 2009, p.27).
As palavras de Ricardo Leite resumem a personalidade inquieta desse autor que inovou, em muitos aspectos, a literatura infantil. Assim como o seu menino maluquinho, o autor questionou a realidade e partiu para o inédito. “Algumas de suas obras fazem ver o avesso, o inverso, a relatividade. Cria, através de uma linguagem icônica, a possibilidade de construção de novos conceitos, novas posições diante da vida e suas dificuldades (BIER, 2009, p. 79).
Seus personagens questionam os costumes e os hábitos tidos como inquestionáveis. É a professora que foge aos métodos tradicionais de ensino, o menino que estava sempre fazendo traquinadas e criando novas invenções, a vovó que é descolada e moderna, enfim, personagens que, acima de tudo, levam seus leitores à reflexão.
Outra marca do autor é a preocupação estética e gráfica. Impossível não reconhecer suas ilustrações, que possuem traços fortes e marcantes.
As imagens coloridas que interagem com o texto poético de “Flicts” chegaram a encantar um dos maiores escritores brasileiros, Carlos Drummond de Andrade, que afirmou:
O mundo não é uma coleção de objetos naturais com suas formas respectivas, testemunhadas pela evidência ou pela ciência, o mundo é cor. A vida não é uma série de funções da substância organizada, desde a mais humilde até a de maior requinte, a vida são cores. Tudo é cor. O que existe, existe na cor e pela cor. A cor ama, brinca, exalta, repele, dá sentido e expressão ao sítio ou à aparência onde ela pousa.
Aprendo isso tão tarde! Com Ziraldo. Ou mais propriamente com Flicts, criação de Ziraldo, que se torna independente do criador, e vive e vibra por si (1969).
Já no livro “O menino maluquinho”, as ilustrações são feitas em preto e branco; hora no canto da página, hora na parte de cima, em baixo, no centro, grandes, pequenas, lúdicas, demonstrando a simplicidade e a agilidade de um menino tão esperto.
Este é Ziraldo, um homem que com uma “obra vasta, eclética e contemporânea, fala com emoção e humor através das formas, cores e palavras” (BIER, 2009, p. 78).
"Toda a grandeza do ser humano sintetizada neste menino maluquinho, que sou eu, que é você leitor, e que é, principalmente, Ziraldo, um maluco genial” (declaração de Fausto Wolff, expressa na contra capa do livro “O menino maluquinho”).
Ziraldo fala sobre a literatura infantil:
Nos vídeos abaixo (Ler é mais importante que estudar - parte I e II), Ziraldo fala sobre o trabalho do escritor, sua vida, além de mostrar todo o processo que envolve a produção de seus livros.
Parte I:
Parte II:
Referências:
ANDRADE, C. D. Flicts: o coração da cor. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1969. Disponível em: http://www.divagaresempre.net/e-stante/flicts_drummond/, acesso em: 14/11/2011.
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BIER, M. B. A criança e a recepção da literatura infantil contemporânea: ANDRADE, C. D. Flicts: o coração da cor. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1969. Disponível em: http://www.divagaresempre.net/e-stante/flicts_drummond/, acesso em: 14/11/2011.
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Uma leitura de Ziraldo. Disponível em: http://busca.unisul.br/pdf/74054_Marilena.pdf, acesso em: 14/11/2011.
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LEITE, Ricardo. Ziraldo
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ZIRALDO. O menino maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 2005.
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Sites:
http://ziraldo.blogtv.uol.com.br/
http://ziraldo.blogtv.uol.com.br/
http://omeninomaluquinho.educacional.com.br/
Grupo 6: Autores Consagrados
Muito bom! Alterei a fonte das citações, para não usar o tamanho pequeno, que fica pequeno demais, passei para Times, tamanho normal. (prof. Marciano Lopes)
ResponderExcluirAh! Também coloquei um título e um espaçamento (na manha)entre os títulos das referências. (prof. Marciano Lopes)
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