quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Série Literatura em minha casa - POEMAS DO MAR

Bem-vindos ao POEMAS DO MAR, segundo livro da série "Literatura em minha casa" (Editora Objetiva - 2003), distribuída pelo MEC (Ministério da Educação) no ano de 2003 e destinado aos alunos de 4ª e 5ª séries. Organizado pela escritora Ruth Rocha e ilustrado por Pinky Wainer, a obra propõe uma viagem marítima pelo universo da poesia infanto-juvenil. 


Para justificar o distribuição dessa coleção, o MEC afirma:


"O mundo parece ser feito apenas de coisas que a gente vê nele. Mas há outras que nãovemos, embora existam. São as coisas que lemos. Elas estão escondidas no meio das letras. É preciso ler para que elas apareçam diretamente em nossas cabeças.
Se não lemos, todas essas coisas que estão guardadas nos livros não aparecem para nós. Quem não lê, só vê uma parte das coisas do mundo. E não consegue conhecer tudo.
Muitas vezes, no meio de uma conversa, ouvimos falar de uma pessoa ou de uma história que o amigo conhece de leitura. Quem não leu ficou de fora. Por isso, estamos distribuindo esses livros.
Queremos que você conheça o que não está a sua frente, mas está dentro dos livros. Você vai poder viajar sem se levantar da cadeira. Conhecer gente muito interessante sem precisar conviver com ela. Vai rir e até chorar com história de pessoas que só existem nos livros.
Não jogue fora a chance de saber mais. Não fique por fora." 


A escolha da temática "O mundo do mar" para o livro de poesia infanto-juvenil está relacionada com a atração que nós, brasileiros, temos com ele. "Verdes mares bravios da minha terra natal" foi como saudou o escritor José de Alencar, em 1865, em Iracema. Nesse contexto, o mar e a poesia se nutrem do mesmo alimento: paixões, mistérios e encantos, capazes de nos emocionar sem entendermos o por quê. 
Ruth Rocha seleciona e apresenta uma série de poemas dedicados ao mar, escritos por poetas, estilos e épocas diferentes. 


Ana Maria Machado

Consagrada como uma das mais importantes escritoras do país, a autora é muito apegada ao mar pois ele remete a sua infância vivida nas praias do Espírito Santo. "Eu ficava quase três meses por ano à beira do mar, com meus avós, junto à natureza e às tradições", assim a autora descreve suas férias. 


Dúvida

Água-viva
quando morre
fica sendo
água-morta?

Ou água só?

Renata Pallottini

Essa premiada escritora reconhecida como uma poeta sensível tem uma visão muito especial sobre o mar, revelando todo seu fascínio e curiosidade. 


Tudo

O mar tem tudo o que eu quero:
ondas, espuma e, lá longe,
uma linha chamada horizonte
que nunca  foge...

Dorival Caymmi

O cantor e compositor tem um jeito especial de fazer poesia, escreve como quem anda devagarinho à beira-mar, ouvindo o suave barulho das ondas e transformando seus versos em canções. Os poemas selecionados para o livro se tornaram músicas muito populares no Brasil.


Coqueiro de Itapoã, coqueiro

Areia de Itapoã, areia
Morena de Itapoã, morena
Saudade de Itapoã me deixa
Oh vento que faz cantiga nas folhas

No alto dos coqueirais
Oh vento que ondula as águas
Eu nunca tive saudade igual

Me traga boas notícias daquela terra toda manhã
E joga uma flor no colo de uma morena de Itapoã

Coqueiro de Itapoã, coqueiro
Areia de Itapoã, areia

Morena de Itapoã, morena
Saudade de Itapoã me deixa
Me deixa, me deixa...

Cacaso 

Um dos maiores representantes dos "poetas marginais" dos anos 70, sua poesia rompe com o estilo tradicional ao apresentar versos leves e bem-humorados.


Cavalo-marinho

Galopa cavalo-marinho
Me ensina o caminho
Que devo tomar
Solta as crinas no vento
Galopa no vento
Cavalo do mar

Vicente de Carvalho

Conhecido como "Poeta do mar", fez parte do Parnasianismo, movimento literário que tinha na natureza um de seus grandes temas. Na poesia "Cantigas praianas" observamos a beleza dos versos e a precisão das rimas. 





É tão pouco o que desejo, 
Mas é tudo o que me falta, 
Só por que a flor do teu beijo, 
Pende de rama tão alta...

Ninguém sabe o que suporta 
O mar que chora na areia 
Por essa tristesa morta 
Das noites de lua cheia:

Embaixo o pranto das aguas, 
Emcima, a lua serena... 
E eu pensando em minhas mágoas, 
Ouço o mar, e tenho pena.

Meu amor é todo feito 
De neblina tao cerrada, 
Que por mais que em roda espreito 
Só te vejo a ti, mais nada.

Ai, minha sina está lida, 
Meu destino está traçado: 
Amar, amar toda a vida, 
Morrer de não ser amado.


Casimiro de Abreu


Considerado o poeta da infância por sempre abordar temas relacionados a ela, cantou as saudades da pátria, da infância, e a paisagem do brasil. 


Eu me lembro! eu me lembro! - Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno

E eu disse a minha mãe nesse momento:
"Que dura orquestra! Que furor insano!
"Que pode haver maior que o oceano,
"Ou que seja mais forte do que o vento?!"

Minha mãe a sorrir olhou p'r'os céus
E respondeu: - Um Ser que nós não vemos
"É maior do que o mar que nós tememos,
"Mais forte que o tufão! Meu filho, é - Deus!"


Agora que você já conhece um pouco mais sobre o segundo livro da coleção "Literatura em minha casa" "não jogue fora a chance de saber mais, não fique por fora!", faça a leitura completa do livro! Garanto que ao ler tantas coisas maravilhosas sobre o mar é impossível não querer dar uma passadinha na praia... E depois, quem sabe, até escrever um poema sobre sua experiência.

Boa leitura!
GT5: Obras Premiadas





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