domingo, 4 de dezembro de 2011

Thalita Rebouças, a escritora mais animada do Brasil

“Sou fofa. Pelo menos é o que dizem as boas línguas”. Assim começa a descrição feita por Thalita Rebousas. De quem? Dela mesma!
Nascida em 10 de novembro de 1974 na cidade do Rio de Janeiro, Thalita é autora de literatura infantojuvenil e seu nome tem invadido as prateleiras de várias livrarias nacionais e estantes de muitas meninas por abordar temas parecidos com os de livros já apresentados em postagens do grupo de Literatura Juvenil, como no caso do “Querido Diário Otário,”, onde os “dramas” do universo jovem são discutidos de forma descontraída e atualizada.
De acordo com a autora, “a vontade de escrever nasceu quando eu era criança. Do alto dos meus 10 anos eu me autodenominava "fazedora de livros", já que cuidava de todos os detalhes pessoalmente”.
No site é possível conferir todos os livros publicados, fotos, vídeos e várias outras informações, como postagens feitas neste ano no YouTube, com imagens de Thalita Rebouças na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e no Programa do Jô.


Grupo 2: Literatura Juvenil

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Poesia e sensibilidade infantil

A professora e pesquisadora Maria da Glória Bordini é referência nos estudos da literatura infantil. Um de seus livros Poesia Infantil, publicado pela Editora Ática, tem como segundo capítulo Poesia e sensibilidade infantil, o qual discute formas populares e cultas da poesia enfatizando a relação que existe entre o corpo e a mente infantis, principalmente os aspectos da sensibilidade estética.
Bordini destaca em seu artigo a evidência sonora da poesia para o público infantil, pois, para a autora, mesmo sem compreender o sentido, a criança se encanta com o texto, pede para o adulto ler várias vezes e assim, chega até a decorá-lo.
A autora ainda aponta que "não só de efeitos auditivos se faz o poema". Com isso, tem-se outra peculiaridade da poesia infantil, a imagética, para a qual a produção de sentido se faz interpondo ao referente do signo um outro referente.
No artigo ainda é comentado sobre outra característica dessa poesia, a incompletude necessária do universo imaginário projetado pelo tecido verbal que, juntamente com a imagética, contribui para o movimento de introspecção.
Ao final, Bordini trata ainda da admiração da criança frente ao texto poético, apontando que 
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A gratuidade inerente a esses tipos tão diversos de brincadeira com as palavras – quando são artísticos e não profissorais – arrasta o pequeno leitor a uma situação mental em que se pode tudo o que na vida cotidiana é visto de sobrancelhas franzidas, desde a quebra de padrões lingüísticos até a subversão dos moldes lógicos de apropriação do real. (BORDINI, 1991)

O artigo está disponível em: migre.me 

Saiba mais sobre o assunto:

BORDINI, Maria da Glória. Poesia infantil. 2.ed. São Paulo: Ática, 1991. (Série princípios, 97).

BORDINI, Maria da Glória. Por um conceito de poesia infantil. Letras de Hoje, nº 43. Março de 1986, ano 4.


Postado por GT3- Poesia Infantil

Sugestão de vídeo e texto teórico: programa "Salto para o Futuro"

    O programa "Salto para o Futuro" é uma iniciativa da TV Brasil para tratar de diferentes temáticas relacionadas à educação. Além de entrevistas, no site do programa é possível encontrar textos teóricos escritos pelos convidados.
   Sugerimos que se assista o vídeo da série "A arte de ilustrar livros para crianças e jovens", na qual se expõe e de discute o processo de ilustração. Os textos teóricos a respeito da série podem ser conferidos aqui.
   Existem também outras sérias sobre literatura, vale a pena conferir!!!

Literatura Infantil e Juvenil Contemporânea: Autores Consagrados, já temos? Perspectivas Atuais

            A literatura infantil e juvenil, a partir da década de 1990, tornou-se uma grande indústria, respondendo, hoje, por milhares de livros  vendidos anualmente. Antes de nos atermos aos autores, cabe, trazer aqui, alguns dados apontados por Martha (2008, p. 1) a respeito do investimento do Governo Federal na distribuição de Livros:
           
Educação Infantil:

Investimento: R$ 9.044.930,30
Alunos atendidos: 5.065.686
Escolas atendidas: 85.179
Livros distribuídos: 1.948.140
Acervos: 97.407

Ensino Fundamental:
Investimento: R$ 17.336.024,72
Alunos atendidos: 16.430.000
Escolas atendidas: 127.661
Livros distribuídos: 3.216.600
Acervos: 160.830
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Para nós, esses dados são importantes, porque revelam que os livros estão nas escolas e, como futuros professores, devemos conhecê-los criticamente a fim de utilizá-los em nossa prática pedagógica.

É difícil falar de autores consagrados da literatura infantil e juvenil contemporânea, tendo em vista o caráter múltiplo que envolve essa indústria. Sendo assim, conduzimos nossa discussão apresentando as tendências da literatura atual, expondo, pois os rumos que os autores estão seguindo e que poderão consagrá-los.

       Primeiramente, parece ponto pacífico entre estudiosos do assunto, dentre eles Alice Penteado Martha (2008), Luft e Rosing (2007) e Turchi (2008), que a literatura destinada às crianças e aos adolescentes e jovens, acompanhando o desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação, as TIC, vale-se de múltiplas linguagens e mídias (visual, verbal e também a digital, no caso dos e-books) para atingir seu público. Isso significa que as obras apresentam um refinado projeto gráfico-editorial que somado à ilustração e ao texto verbal constituem, juntos, o texto literário: híbrido e multimodal. 

         Turchi (2008, p. 6), nesse sentido, afirma “[...] a aposta do mercado editorial num projeto gráfico e numa ilustração de qualidade transforma esse produto cultural que é a literatura infantil, dá a ela novas configurações e dimensões”. Isso por que, segundo Luft e Rosing (2007), o novo leitor, revelado pela perspectiva do século XXI, participa dos centros culturais multimídias.
 
Isso posto, acreditamos que, aos escritores de literatura cabe, cada vez mais, explorar os leques de possibilidades de significação ofertados pelas várias linguagens. Implica, pois, participar também desse universo multimídia não só publicando suas obras em formatos impressos, auditivos e digitais, mas como espaço de interação entre público e leitor, estreitando os laços.
 
Ao fazer uma simples pesquisa pelo Twitter, constatamos que, ainda, poucos escritores utilizam as redes sociais, com raras exceções, como Gabriel, O Pensador e Walcyr Carrasco, por exemplo. Entretanto, ao fazer uma simples busca no Google, verificamos que a maioria dos escritores possui sites, em que há espaço para contato. Ou seja, existe já um contato mais direto entre autor e público, mas essa interação poderia aumentar caso os autores participassem também das redes sociais.

         Além da diversidade de linguagens, há também uma diversidade de temas e identidades. A literatura infantil e juvenil contemporânea apresenta temáticas alicerçadas na multiculturalidade, na qual se dá voz à “cultura africana”, aos indígenas, as periferias (não no sentido de protesto, mas de mostrar a arte que lá se produz). Acrescentam-se, também, temas específicos à idade desses leitores, por exemplo, questões afetivas e amorosas etc. Entretanto,  esses assuntos não vistos do ponto de visto utilitário, mas, sim, da constituição do ser.

         Martha (2008, p. 16), ao analisar algumas obras que apresentam essas características, dentre elas,  para o público juvenil Lis no peito (Biruta, 2005), de Jorge Miguel Marinho; O rapaz que não era de Liverpool (SM, 2006), de Caio Riter; Alice no espelho (SM, 2005), de Laura Bergallo; Pena de ganso (DCL, 2005), e, para o público infantil, Cacoete (Ática, 2005) e Felpo Filva (Moderna, 2006), ambos de Eva Furnari; Um garoto chamado Rorbeto (Cosacnaify, 2005), de Gabriel o Pensador; Lampião & Lancelote (Cosacnaify, 2006), de Fernando Vilela, afirma que:
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Nessas narrativas, o que desperta a atenção dos leitores, na ênfase no processo de construção das personagens, é o fato de que a infância e a adolescência não são vistas como preparação para a maturidade, mas enfocadas como etapas decisivas no processo de vida, plenas de significado e valor, portanto. Em outras palavras, as personagens não são construídas como ainda-não-adultos ou como já-não-mais-crianças, são portadoras de uma identidade própria e completa.
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            Em campo tão múltiplo como esse da Literatura Infantil e Juvenil, acreditamos que os autores consagrados serão aqueles que: a) atendam as demandas multiculturais, salientando as questões de identidade; b) façam um  trabalho articulado com as linguagens; c) privilegiem o estético, criando um texto plurissignificativo, desafiando o leitor.
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Referências
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MARTHA, A.A.P.  A literatura infantil e juvenil:produção brasileira contemporânea. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 43, n. 2, p. 9-16,. 2008.  Disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/4744/3573

LUFT, G.; ROSING, T.M.K . Nova Leitura Literária Infantil e Juvenil no Contexto dos Centros Culturais Multimidiais.  Língua e Literatura, v. 10 n. 14 p. 67 – 83, 2007. Disponível em:
http://www.fw.uri.br/publicacoes/linguaeliteratura/artigos/n14_4.pdf
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TURCHI, M. Z. . Tendências atuais da literatura infantil brasileira. In: XI Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada - ABRALIC, 2008, São Paulo. Anais do XI Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada, 2008. São Paulo : e-book, 2008. p. 1-6. Disponíbvel em:
http://www.abralic.org.br/anais/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/047/MARIA_TURCHI.pdf

Postado pelo GT-06 - Autores consagrados