“A literatura é uma maneira da gente mostrar a realidade, da gente botar o dedo nas coisas importantes. A literatura é o veículo que eu uso, normalmente, para expressar minhas perplexidades, para expressar os meus desejos e para expressar minhas indignações”.
(ROCHA. Ruth. Em entrevista concedida ao programa TV Itaú Cultural)
Biografia
Ruth Rocha nasceu em São Paulo no dia 02 de março de 1931. Formou-se em sociologia pela escola Sociologia e política de São Paulo. Começou a escrever com 38 anos para revista Recreio, onde, em 1969 publica sua obra mais famosa e mais vendida: “Marcelo, Marmelo, Martelo” que faz alusão a criatividade e imaginação das crianças.
A autora possui 130 livros publicados, muitos dos quais foram traduzidos em mais de 25 idiomas. Ruth Rocha recebeu no decorrer de sua carreira várias premiações destinadas a área de literatura, como prêmio Jabuti por melhor obra ditática: “Escrever e criar... É só começar”. Em 27 de março de 2008 toma posse da cadeira número 38 da Academia São Paulo de Letras.
Algumas obras
- A Arca de Noé;
- A Menina que Não Era Maluquinha; As Coisas que a Gente Fala;
- As Coisas que a Gente Fala;
- Bom Dia, Todas as Cores!;
- Borba, o Gato;
- Catapimba;
- Como se Fosse Dinheiro;
- Davi Ataca ao Outra Vez;
- Escolinha do Mar;
- Este Admirável Mundo Louco;
- Faz Muito Tempo;
- Faca Sem Ponta Galinha Sem Pé;
- Gabriela e a Titia;
- Historinhas Malcriadas;
- Marcelo, Marmelo, Martelo;
- Meu Irmãozinho Me Atrapalha;
- Meus Lápis de Cor São Só Meus;
- O Menino que Quase Virou Cachorro;
- O rei que não sabia de nada;
- O reizinho mandão; O Que os Olhos Não Vêem;
- Pra Vencer Certas Pessoas;
- Procurando Firme;
- Romeu e Julieta;
- Sapo-vira-rei-vira-sapo.
O que fez de Ruth Rocha uma autora consagrada?
Um dos motivos que elevou Ruth Rocha para o patamar dos autores consagrados de literatura infantil é a forma inovadora de escrever histórias que correspondam aos acontecimentos vividos diariamente pelas crianças. A autora possui um estilo próprio que se afasta do mundo da fantasia e se propõe a narrar histórias positivas que se aproximam da vida cotidiana do seu público alvo. Ruth Rocha, em seus livros, busca representar os conflitos da vida e da sociedade em que as crianças vivem e apresenta soluções positivas para elas.
A autora também se propôs a desvelar momentos políticos e problemas sociais do período da ditadura militar. O livro “O rei que não sabia de nada”, segundo Ruth Rocha, é uma correspondência ao governo Médice, que foi considerado o governo mais rígido durante a ditadura. Sintetizando o contexto da época, temos a evolução e a economia crescendo aceleradamente. Enquanto as construções de pontes e rodovias, bem como o “milagre econômico” eram aplaudidos pela população, a dívida externa crescia e o descaso e a precariedade do povo, devido a censura da época, eram escondidos. A história do rei que não sabia de nada retrata um país em caos, mas que é encoberto por um cenário montado pelos ministros para representar um lugar perfeito e em harmonia. A obra revela, sutilmente, a indignação da autora diante da tentativa do governo em esconder a realidade do país e mostrar um Brasil fantasioso e perfeito.
Em entrevista concedida ao programa TV Itaú Cultural, Ruth Rocha revela sua preocupação com os problemas socias do Brasil, os quais procura combater com o dom da arte, com o apoio a educação e a leitura.
Entrevista: Parte 1.
Entrevista: parte II
Referências:
Parabéns pela postagem, visto que estamos neste momento estudando na Narrativa sobre este tema"Ditadura" em Tropical Sol da Liberdade, acredito que deve clarear nossas ideias vendo os vídeos com a entrevista da autora.
ResponderExcluirNesse vídeo os leitores de Ruth Rocha fazem comentário sobre influência da autora para sua formação como leitor!
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=LK_qXcD6O7Q&NR=1