domingo, 27 de novembro de 2011

Histórias em Quadrinhos e a Literatura Juvenil

Há quem discorde, mas, por que é correto afirmar que exista Literatura Juvenil em forma de “História em Quadrinhos”? Antes de mais nada, que tal ilustrar essa possível “verdade”, veja os exemplos a baixo:
 
 
Nos trechos acima, os textos lidam com relacionamentos pessoais que são abordados de maneira diferenciada devido ao público a qual se destinam. No primeiro caso, a tirinha da “Turma da Mônica” trás um pouco dos romances da infância, e o contraste entre os sentimentos das meninas e meninos; a segunda imagem pertence a “Turma da Mônica Jovem”, neste, vemos a malícia da juventude aflorando e a necessidade da personagem – assim como de muitos adolescentes – de afirmar que não é mais criança, que cresceu; no último, algo mais adulto surge, o ato sexual é evidente, e a linguagem é mais pesada, divergindo dos outros casos.
A Literatura Juvenil e/ou Infanto-Juvenil é um “ramo” literário, portanto, podemos catalogar textos líricos, épicos e dramáticos como Juvenis? Caso a resposta seja sim, como acredito ser, seria correto afirmar que esse ramo possui contos, crônicas, poesias, palestras, cartazes, reportagens e etc., não exclusivas, mas sim, especialmente destinadas para o público jovem? Portanto, se existem contos, crônicas, poesias, palestras, cartazes e reportagens juvenis, as histórias em quadrinhos também podem ser lidas como Literatura Juvenil?

Há muito a ser estudado sobre Literatura Juvenil, neste caso, qual a sua opinião e em quais pontos da postagem você se concorda e/ou discorda?

BREVE DIFERENÇA ENTRE TERMOS
  • Gêneros Literários - divisão referente ao conteúdo: dramático, lírico e épico. 
  • Tipologia Textual - à forma do texto: descrição, narração, dissertação, exposição, injunção, diálogo e entrevista.
  • Gêneros Textuais - podem ser literários ou não-literários: contos de fadas, biografias, romances, poesias, histórias em quadrinhos, reportagens, cartas, resenhas, palestras, artigos, receitas, bulas, etc.
Grupo 2: Literatura Juvenil

3 comentários:

  1. Postagem interessante e instigante! Respondendo a pergunta de vocês: acredito que a história em quadrinho é um gênero textual que pertence a espera discursiva literária e/ou cultural. Inserida neste ambiente específico de produção de linguagem, acredito que as HQ podem ser consideradas como literatura infantil e juvenil. É claro que esse é somente um ponto de vista. Parabéns pela postagem! Bruno.

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  2. Pois é, a questão é polêmica. Pra quem defende que HQs sejam literatura - como é o que acontece na presente postagem - seria interessante trilhar o seguinte argumento/raciocínio: se o livro de literatura infantil não é composto somente por texto verbal, mas também por ilustrações, sendo que estas são essenciais para o sucesso (ou malogro) da obra, então as HQs também devem ser consideradas como literatura. Entretanto, pode-se argumentar que no livro de literatura infantil (e juvenil), a ilustração se subordina ao texto verbal, sendo este não somente mais importante como também autônomo em respeito à ilustração, o que não acontece nas HQs, em que o fundamental se encontra na imagem das ilustrações, encontrando-se o texto verbal em segundo plano, pois subordinado à imagem. Ainda: para quem considera que Literatura é uma arte que tem por objeto a palavra/o signo verbal, e não a imagem (como acontece no desenho, na pintura, na fotografia e no cinema, por exemplo), não é possível aceitar HQs como literatura (salvo em latu sensu), cabendo-lhe outro nicho no campo das artes. O que complica a questão é que tal raciocínio coloca em xeque o status de literatura da produção de narrativas e poemas voltados para o público infantojuvenil. Caso consideremos que no livro infantil (onde tal fato é mais acentuado) o texto verbal está atrelado ao imagético (a ilustração), não sebdo adequado o julgamento da obra que leve em consideração apenas ele, estaremos colocando em xeque a condição do livro infantil como sendo exclusivamente literatura. O mesmo vale para o livro juvenil se nele a ilustração for tão importanete quanto o texto verbal. Em suma: tais questões colocam em pauta a natureza do que seja Literatura e, por extensão, o próprio cânone literário.[prof. Marciano].

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