Ribeiro
(2004) considera que o teatro, pensado como uma possibilidade de expressão do
verdadeiro eu, promove descobertas e age como fomentador na educação. Assim,
possibilita as crianças pensarem de forma criativa e independentemente,de modo a aguçar a
imaginação, despertar a prática de cooperação social e o desenvolvimento da
sensibilidade para relacionamentos pessoais.
Para
o autor, os jogos teatrais infantis proporcionam todas essas possibilidades, e de
acordo com Viola Spolin (1979), os jogos teatrais devem ter como
objetivo principal o estímulo a espontaneidade. Ribeiro (2004, p.72) aponta que
“sob uma cultura de aprovação/desaprovação, na qual a liberdade pessoal é
dissipada e quase sempre a espontaneidade é sufocada, dando lugar às regras
sociais e as convenções, os exercícios que estimulam a espontaneidade são
fundamentais, posto que resgatam muitas coisas que foram soterradas”.
De
posse destas considerações, lançamos mão de dois exemplos de jogos, trabalhados
por Spolin (1979), que podem ser trabalhados em sala de aula, e que estimulam a
espontaneidade e desenvolvem o raciocínio rápido, a criatividade e a
imaginação:
Jogo dos seis objetos
Todos os jogadores, exceto um que fica no
centro, sentam-se em círculo. O jogador do centro fecha os olhos enquanto
outros passam um objeto qualquer de mão em mão. Quando o jogador do centro
bater palma, o jogador que foi pego com o objeto na mão deve segurá-lo até que
o jogador do centro aponte para ele e dê uma letra do alfabeto. (Nenhum esforço
deve ser feito para esconder o objeto do jogador do centro).
Então, o jogador que está com o objeto
deve começar a passá-lo novamente de mão em mão. Quando o objeto chegar às suas
mãos novamente, ele deve ter falado o nome de seis objetos que comecem com a
letra sugerida pelo jogador do centro. Se o jogador não conseguir falar os seis
objetos durante a volta que o mesmo deu, ele deve trocar de lugar com outro
jogador do centro. Se o círculo for pequeno, o objeto deve fazer duas ou três voltas.
Este jogo é excelente para desenvolver o
raciocínio rápido, a agilidade na articulação das respostas, além de ser
bastante agradável e descontraído, ele envolve por completo os jogadores.
Quem começou o movimento?
Os jogadores ficam sentados em círculo.
Um jogador sai da sala enquanto os outros escolhem um líder para começar o
movimento. O jogador é então chamado de volta. Ele fica no centro do círculo e
tenta descobrir o líder, cuja função é fazer um movimento – bater os pés,
acenar a cabeça, mexer as mãos etc. – e mudar de movimento quando quiser. Os
outros jogadores imitam esse movimento e tentam evitar que o jogador do centro
identifique o líder.
Este jogo é muito bom para estimular a
capacidade de observação e investigação dos alunos, que tem que observar seus
colegas para saber quem iniciou os movimentos, isto facilita um conhecimento
maior da personalidade dos mesmos.
Referências
RIBEIRO. Juscelino B. A
CONTRIBUIÇÃO DO TEATRO À EDUCAÇÃO. In
Irley Machado, Narciso Telles, Paulo Merisio e Renata Bitercourt Meira (org.). Teatro: ensino, teoria e prática.
Uberlândia: Edufu, 2004.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo:
Perspectiva, 1979.
GT 4 - Literatura infantojuvenil, teatro e música
Esta postagem não trata de literatura infantojuvenil, que é tema do blog. Sugiro que, com base na dinâmica dos jogos apresentados, o grupo pense uma adaptação dos mesmos para o trabalho em classe com o universo da literatura infantil. Seria um ótimo exercício de criatividade para o grupo. A adaptação pode ser acrescentada nesta postagem mesmo, assim ampliando o artigo. (Marciano Lopes)
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