“Ao contrário dos seus gloriosos companheiros,
que tatearam com indecisão a cidadela da Forma, Bilac, ao estrear com seu
volume “Poesias” aos vinte e três anos, se apresentou no maior rigor da nova
escola, e, no entanto, com uma fluência na linguagem e na métrica, uma
sensualidade à flor da pele, que o tornavam muito mais acessível ao grande público.” (Manuel Bandeira)
Olá
leitores, nesse post falaremos sobre o “príncipe dos poetas” o querido Olavo
Bilac.
Olavo
Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) se encaixa no Parnasianismo. Foi
cronista, jornalista, contista, autor de livros didáticos. Sem dúvidas, o maior
poeta parnasiano brasileiro.
Também
pensando na biografia do autor que é muito extensa e para quem não conhece e
gostaria de saber um pouco sobre esse “príncipe”, clique aqui: http://migre.me/aOPjZ.
Bilac
começou a escrever literatura destinada aos pequenos no inicio do séc. XX. O
que priorizava nessa literatura era transmitir valores ufanistas. Sua função
residiria no fato de ensinar ao leitor normas de conduta e comportamento, bem como
a obediência, o recato e o amor à pátria.
Aqui
no blog mesmo já tivemos postagens sobre a poesia de Olavo Bilac, para saberem mais sobre
a questão onfiram aqui: http://migre.me/aONGU. Nesse
post foi analisado o poema “A Pátria” e também foi discutido um pouco sobre literatura
infantil, educação e ideologia, vale a pena conferir.
Percebe-se
que na produção literária de Bilac há uma postura nacionalista e plenamente
escolar. A crítica literária já havia acentuado tal facetas direcionadas ao
leitor em formação. Veremos então como o autor definia sua visão da literatura
infanto-juvenil:
“textos que exigiriam total cuidado e
excessivo trabalho do ficcionista, uma vez que se dirigiria a sujeitos sem
experiências, com um repertório ainda vago e possivelmente incapazes de
compreender as nuances do poema ou da narrativa a ser examinada”.
Olavo Bilac
também crítica o material que circula no país que eram formados, basicamente,
pelos contos de fadas europeus.
Outro perigo: a possibilidade de cair no
extremo oposto – fazendo um livro ingênuo demais, ou, o que seria peor, um
livro, como tantos há por aí, cheio de histórias maravilhosas e tolas que
desenvolvem a credulidade das crianças, fazendo-as ter medo de cousas que não existem
(BILAC, 1904, p. 09).
O
autor em questão repudiava os contos de fadas, no link abaixo vocês poderão ter
acesso a um trabalho acadêmico que fala um pouco sobre a obra destinada ao
público infantil de Bilac: http://migre.me/aOVRO.
As
obras do autor são marcadas pelo culto às origens e a construção de heróis
locais; o intelectualismo; tradicionalismo cultural; e o moralismo, pressupondo
que a literatura tenha como missão abarcar elementos atitudinais, como
honestidade, solidariedade e retidão de caráter.
O
livro “Literatura Infantil”, de Bilac, foi sua obra mais voltada à infância. Abaixo fotos dos livros do autor voltados aos leitores em formação.
Acima, a primeira edição publicada do livro.
Abaixo
o poema "A Boneca", contido no livro exposto acima:
A Boneca
Deixando
a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
:
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
:
Dizia
a primeira: "É minha!"
— "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
:
— "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
:
Quem
mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
:
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
:
Tanto
puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
:
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
:
E,
ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca ...
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca ...
Olavo Bilac
No
livro “Literatura Infantil” contém mais de 20 poesias com todos os traços já
descritos que o autor usava para escrever para os pequenos.
Aqui
http://migre.me/aOWq6 vocês poderão ter
acesso a todos os poemas contidos no livro citado.
Encontramos
um vídeo na internet da editora Empório que fabricou o livro “Poesias Infantis”
de Bilac, esse vídeo mostra um pouco da história do autor e também do livro em
questão, é interessante assisti-lo, é bem curtinho: http://migre.me/aOWE3.
Leitores,
isso é o que nós tínhamos para compartilhar com vocês sobre o “príncipe dos
poetas, esperamos que vocês tenham gostado.
Abraços
e boa leitura!
Referências
Bibliográficas
BILAC,
Olavo. Poesias Infantis. RJ:
Francisco Alves. 1929.
TEIXEIRA,Luiz
Fernando. Olavo Bilac, Monteiro Lobato e Ana Maria Machado: três discursos sobre literatura infantil e juvenil? (2010). Disponível em: http://www.cielli.com.br/downloads/135.pdf. -
Acesso em: 22, set. 2012.
GT 2: Autores Consagrados
Ajustei as fontes conforme as regras do blog (leiam-nas com atenção!). Corrigi alguns deslizes. Sugestão: discorrer sobre as diferentes concepções de literatura infantil dos autores estudados por Teixeira - nas referências, o sobrenome vem primeiro! Eu arrumei. (prof. Marciano)
ResponderExcluirAh! Também altereio título tornando-o mais informativo, ou seja, mais esclarecedor do conteúdo do texto. (prof. Marciano)
ResponderExcluirPoderia de informar qual livro ou edição de Olavo Bilac tem a poesia Plutão ( cãozinho)? Obg
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