domingo, 9 de setembro de 2012

O teatro na escola: Por que não?



Ribeiro (2004) em um capítulo dedicado ao teatro na educação aborda que o ensino brasileiro vem enfrentando muitas dificuldades associadas ao contexto sócio-político, econômico e cultural do nosso país. Explica que os principais problemas, especialmente, do ensino público, como a falta de interesse dos alunos, são resultados da ausência de comprometimento, estímulos, projetos interessados em atenuar as deficiências da educação e apoio por parte dos governantes que não apresentam uma política séria em relação às questões educacionais. Ribeiro (2004, p. 07) acentua sua crítica questionando: “Mas será que interessa aos nossos governantes melhorar a educação do país?”, fica no ar a questão...

O autor depois de situar o contexto problemático da educacional brasileira aponta o ensino de teatro como uma excelente contribuição para tornar as aulas mais interessantes e atrativas. E aponta que o teatro escolar não pode ser utilizado somente para datas comemorativas, senão não passa de um mero divertimento.

 
Os benefícios da atividade teatral na escola estão “na utilização de jogos teatrais que liberam a criatividade, promovem o trabalho em equipe, melhorando, assim, o relacionamento entre os alunos, despertam os sentidos, estimulam o raciocínio rápido, enfim libertam o aluno preparando o caminho para que o mesmo possa fazer um trabalho de descobertas, de experimentação e criação, que pode melhorar, em muito o rendimento dos alunos e das aulas, independente da disciplina” (RIBEIRO, 2004, p.68).
 

Ainda, acreditamos que o teatro aflora as atividades comunicativas nas crianças, inibe a vergonha e auxilia nos processos de compreensão/interpretação de textos diversos, verbais, imagéticos ou em movimento, já que, segundo Ribeiro (2004, p. 69), é por meio de brincadeiras realizadas pelas crianças na tentativa de representar seu universo, que elas constroem símbolos de sua representação de mundo.

 Ingrid Koudela (1984) considera que o teatro possui imensa importância na promoção do desenvolvimento intelectual, social e afetivo da criança. Nessas condições, ressaltamos também o desenvolvimento cultural que o teatro pode proporcionar, pois, na atualidade, há inúmeras críticas de que nossos alunos não conhecem as obras clássicas, nem reconhecem o valor da cultura nacional.

Ribeiro mostra que a inserção do ensino das artes, da educação física e da música só foi possível a partir do final da década de 1920 pelo movimento da Nova Escola que permitiu mudanças nos programas escolares. O modelo da Nova Escola, de concepção progressista da educação, enfrentou muita resistência até sua consolidação, apontando para a expressividade da criança como foco e possibilitando a compreensão e respeito ao seu processo de desenvolvimento. Apesar disso, mesmo na atualidade não é difícil encontrar educadores, de mentalidade arcaica e limitada, que não compreendem o valor dessas disciplinas na educação (RIBEIRO, 2004, p.70).
 

 Referências

KOUDELA, Ingrid. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1984.

RIBEIRO. Juscelino B. A contribuição do teatro à educação. In: Irley MACHADO, Narciso TELLES, Paulo MERISIO e Renata Bitercourt MEIRA (org.). Teatro: ensino, teoria e prática. Uberlândia: Edufu, 2004.
 
GT 4 - Literatura infantojuvenil, teatro e música


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