sábado, 8 de outubro de 2011

Predro Bandeira

  Pedro Bandeira, nasceu em Santos, SP, em 9/3/1942. Em 1961, para estudar Ciências Sociais na USP, mudou-se para a capital de São Paulo. Atualmente reside em uma chácara na região de Mata Atlântica próximo a São Paulo.

  Cursou os quatro anos do antigo "curso primário" em grupos escolares da prefeitura da cidade. Em seguida, o antigo "ginasial" e o antigo "científico" no Instituto de Educação Canadá, instituição do estado.

  Desde muito jovem, ainda em Santos, dedicou-se com entusiasmo ao teatro amador sob os auspícios de Patrícia Galvão, a Pagu, e foi por anos parceiro do grande dramaturgo Plínio Marcos. Ao transferir-se para São Paulo, fez teatro profissional como ator, diretor, cenógrafo e trabalhou com teatro de bonecos até 1967, além de dar aulas de Literatura Brasileira e Portuguesa para o Ensino Médio. Trabalhou na televisão em 1963 como apresentador de programas dirigidos para a jovens e, de 1969 a 1984, protagonizou dezenas de comerciais para televisão. Desde 1962, porém, sua principal atividade profissional (aquela que lhe permitia a sobrevivência) foi a de jornalista (redator e editor) e em seguida a de publicitário (redator, diretor de criação e diretor de marketing).

  A partir de 1972 começou a escrever histórias para crianças, publicadas em revistas e vendidas em bancas de jornal pelas editoras Abril, Saraiva e Rio Gráfica, até que, em 1983, com a publicação de sua primeira história em formato de livro (O dinossauro que fazia au-au, pela Editora Moderna), passou a dedicar-se exclusivamente à criação de livros infantis e juvenis.

  É o autor de literatura juvenil que é mais vendido no Brasil (10,8 milhões de exemplares até 2009, além de 11,2 milhões adquiridos pelo governo federal para distribuição às bibliotecas escolares).

  Premiações

  Como especialista em letramento e técnicas especiais de leitura, profere conferências para professores em todo o Brasil. É casado com Lia, tem três filhos (Rodrigo, Maurício e Marcelo) e uma porção de netinhos: Melissa, Michelle, Beatriz, Júlia e Érico etc.
  • Prêmio Colunistas – Melhor anúncio de mídia impressa – 1979.
  • Prêmio Colunistas – Melhor anúncio de mídia impressa da década de 70
  • Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro): O fantástico mistério de Feiurinha – Melhor Livro Infantil – 1986
  • Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte): A marca de uma lágrima – Melhor Livro Juvenil – 1986
  • Prêmio Adolfo Aizen (Academia Brasileira de Letras e União Brasileira de Escritores): Chá de sumiço – Melhor Livro Infantil – 1992
  • Prêmio Altamente Recomendável Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil: A princesa e o pintor – Categoria Tradução-Informativo – 2001
  • Prêmio Altamente Recomendável Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil: Caras, carinha e caretas – alimentos com sentimentos – Cat. Reconto – 2001
  • Título de Cidadão Paulistano – Câmara Municipal de São Paulo – 2003 
Biblioteca Pedro Bandeira
  A Editora Moderna organiza o site www.bibliotecapedrobandeira.com.br o qual apresenta dados bibliográficos sobre a vida de Pedro Bandeira, além de disponibilizar gratuitamente alguns contos e poesias inéditas do autor.  

  Entrevista 

Como surge a idéia de um livro novo? Ele surge motivado por uma coisa externa, como uma notícia de jornal, ou por sua vontade de falar sobre determinado assunto?
 
PEDRO: Eu pretendo que minhas histórias tenham a ver com o sempre, com aquilo que o ser humano é. O meu leitor é alguém que está chegando agora no mundo, está de olhos abertos, de ouvidos abertos, ele tem sonhos, quer entender, quer compreender suas relações com o mundo, com seus pais, com a escola, com suas dificuldades e com suas fantasias. Então, eu procuro encontrar a minha inspiração nas emoções humanas e no choque do indivíduo com o mundo, com o social.

Por que seus livros agradam tanto? 
 
PEDRO: Porque tratam de emoções humanas. Shakespeare escrevia sobre amor, ódio, cobiça, ou seja, sentimentos que jamais mudarão. Por isso, suas obras são encenadas até hoje. Se o jovem lê sobre pessoas vibrando, sofrendo, sonhando e se emocionando, tal como ele, é muito provável que irá gostar da história. É o que acontece nos meus livros.

Escrever para crianças e adolescentes requer um estudo prévio da realidade desses leitores?
 
PEDRO: Não necessariamente. Só depois do sucesso de A Droga da Obediência passei realmente a me preocupar com a realidade da criança e do adolescente e comecei, enfim, a ler tudo sobre eles. Acabei me tornando um especialista e hoje dou palestras no Brasil inteiro, falando das fases do desenvolvimento do ser humano. Mas não é isso que faz de mim um escritor. Caso contrário, todo psicólogo de crianças e todo professor seriam escritores infantis.

É difícil escrever para crianças?
 
PEDRO: De certa forma sim, pois requer muita observação e vivência. O escritor tenta refletir as emoções humanas que aprendeu ao longo da vida, por isso é pouco comum que pessoas muito jovens sejam bons escritores. Não escrevo pensando no menino de 10 anos que fui. Na época, estava crescendo, não observei o suficiente. Eu digo que o ideal é ter acima de 30 anos para começar a escrever para crianças, como Monteiro Lobato, Ruth Rocha e eu mesmo.

Qual o retorno que tem de seus leitores?
 
PEDRO: Antes do computador, eu recebia milhares de cartas. Respondia a todas na medida do possível. Agora, o tipo de contato mudou: todos os dias eu recebo uns dez e-mails de leitores, geralmente de 12 a 15 anos, elogiando e pedindo mais histórias. Mas também tenho leitor com filho grande, outros que se tornaram meus amigos. São como filhos adotivos. Claro que a gente não deve iludir-se com os elogios, porque quem não gosta do livro não perde tempo escrevendo.

E a linguagem para jovens, como é trabalhada nos seus livros?
 
PEDRO: Em geral não uso gírias, porque elas remetem a um tempo determinado. O livro que eu escrevi em 1985, por exemplo, estaria completamente desatualizado hoje em dia. E tem outra coisa, a gíria é regional. Então, uso a norma culta o tempo inteiro. E graças a isso os livros que escrevi há vinte anos continuam sendo lidos hoje.
  Canal de vídeo "Editora Moderna", no youtube
 
  Neste espaço, organizado pela Editora  Moderna, encontra-se  vídeo-aulas apresentadas por autores consagrados, nas quais discute-se sobre assuntos específicos do campo literário, por exemplo, como se constitui as categorias narrativas (personagens, enredo, tempo, espaço, foco narrativo), entre outros assuntos. 
   
  Ao clicar sobre este link , é possível conferir Pedro Bandeira ensinando e discutindo o foco narrativo na Literatura Infanto-Juvenil. É uma boa oportunidade para aprender conhecimentos teóricos sobre Teoria Literária, que, são, por sua vez, indispensáveis, para uma leitura fundamentada dos textos literários. 

Grupo 6: Autores Consagrados da Literatura Infanto-Juvenil

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