Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
José Paulo Paes
A poesia de José Paulo Paes abre o livro Poesia Infantil – o abraço mágico, escrito por Eloí Elisabet Bocheco, fazendo uso da metalinguagem para definir a poesia. Neste livro a autora discute sobre a relação existente entre a criança frente ao mundo encantador da literatura, em especial a poesia infantil. Para isso, Bocheco utiliza suas experiências como educadora dos primeiros anos do ensino fundamental e expõe algumas opiniões de seus alunos sobre poesias que foram trabalhadas em sala de aula. Dessa forma, o livro constitui-se também por inúmeras poesias interpretadas.
Ao observar o título do livro, percebemos que a autora defende a importância do abraço mágico da poesia com a criança, uma vez que estabelecido esse elo é garantido que a poesia esteja presente em sua vida e também em suas leituras do mundo.
Abaixo retiramos um trecho do livro como forma de exemplificar a escrita poética que dá musicalidade ao texto e faz com que os leitores sintam “a invenção da linguagem como estado de arte”.
Referência: BOCHECO, Eloí Elisabet. Poesia Infantil: o abraço mágico. Chapecó: Argos, 2002.
As crianças sentem que na poesia as palavras dizem mais, dizem diferente; na poesia as palavras brincam de roda e, ao rodar, emitem faíscas, cintilam, “banhadas por uma luz antiqüíssima e ao mesmo tempo acabadas de nascer”.
Grupo 3: Poesia Infantil
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