domingo, 18 de novembro de 2012

A literatura na telinha: em cena, Castelo Ra-Tim-Bum




Hoje resolvemos falar sobre um programa que, neste ano de 2012, completou 18 anos que surgiu pela primeira vez nas telinhas, no de 1994, embora sua exibição tenha sido interrompida no ano de 1997. Inspirado em Vila  Sésamo e Rá-Tim-Bum, o programa possui alguns elementos que de certa forma sofreram uma releitura dos contos de fadas tradicionais com a finalidade de dar a série um caráter inovador:


Ao contrário dos tradicionais castelos de contos de fadas, o Castelo Rá-Tim-Bum não se localiza num reino distante, afastado de tudo, num passado longínquo... É um castelo urbano, numa grande cidade dos dias atuais, cercado de prédios e da confusão da vida do “mundo real”. É moderno em sua arquitetura, inspirada na estética art-noveau, seja nas formas, nas cores, na textura das paredes e até nos equipamentos que se vê em seu exterior – antena parabólica, telescópio etc. O Castelo o espaço primordial no qual se desenrola a narrativa.(GUEDES, 2001)


Como são muitos os capítulos, aproximadamente 93, olharemos criticamente um capítulo intitulado Conto de fadas, especialmente. O episódio traz, sendo esse um dos motivos que o tornam inovador, uma nova percepção das bruxas/madrastas das famosas histórias infantis: Cinderela, Branca de Neve e Bela Adormecida, no qual elas querem se tornar boas para conquistarem toda a atenção da história e essa atitude faz com que os contos de fadas presentes nos livros comecem a desaparecer. Mas, o personagem protagonista, Nino (esse personagem é construído a partir da fantasia, já que possui 300 anos) tem uma ideia para não permitir que isso aconteça e juntamente com o príncipe da história de Cinderela vão até o quarto de Morgana onde estão todas as outras feiticeiras e fala sobre o que está ocorrendo e convida Morgana para ser a substituta das bruxas que decidiram mudar de conduta e ela aceita. 

As bruxas não gostam de ver que a amiga aceitou o pedido e furiosas transformam o príncipe em sapo e, dessa forma, os contos voltam para os livros, pois elas demonstraram que de boazinhas não tinham nada. Dessa forma, pode-se perceber que a trama apresenta uma inovação não só para os contos, mas também para se adequar à atualidade da época em que se era transmitido, uma vez que, o programa ia ao ar na década de 90. 

Esse foi um exemplo clássico de programa infantil que marcou a infância de muita gente e tudo isso se deve ao seu formato: uma linguagem didática e divertida que transmite conhecimento sobre nossa literatura por sua intertextualidade com os contos clássicos e poema, como, por exemplo, nesse mesmo episódio foi apresentado um poema de Mário Quintana  - Hai Kai.

Sendo assim, podemos concluir que a mídia exerce influências sobre a educação e cultura das crianças, principalmente em sua primeira fase de aquisição do conhecimento que é justamente o público-alvo a que foi direcionado o programa na época em que era exibido. Assim como também permite que as crianças tenham contato com a literatura  - como acontece por meio desse episódio.  

Jogos e curiosidades: http://tvratimbum.cmais.com.br/

Episódio subdividido em vídeos curtos disponível em:
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=yYDu1C4tVcg&NR=
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=NYTnwwp1fqg&NR=
http://www.youtube.com/watch?v=dPNIlUnegr0&feature=relmfu
http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=3OG9qaB8afE&feature=endscreen


Referências: 

GUEDES B. F. O educativo como entretenimento: uma proposta de tv infantil, 2001.

GT 5: Contos de Fadas na atualidade

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