segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Chapeuzinho (nem tão) Amarelo Assim

  O livro de literatura infantil escrito por Chico Buarque na década de 70, intitulado Chapeuzinho Amarelo, faz uma releitura de um dos contos de fadas mais conhecidos mundialmente: Chapeuzinho Vermelho.
 
  O conto Chapeuzinho Amarelo traz ilustrações de Ziraldo que dão ainda maior riqueza à obra que pode ser resumida como a história de uma menina que tinha medo de tudo. Medo até de ter medo. Por isso a referência à cor amarela, no sentido de amarelar. Essa menina, no entanto, enfrenta o desconhecido e seu maior medo – o lobo – conseguindo superar seus medos e inseguranças.
 
  Diferentemente do conto de fadas tradicional de Chapeuzinho Vermelho, o texto de Chico Buarque explicita o tema do amadurecimento. Primeiramente, a questão do medo é colocada em evidência, o que pode sugerir a relação com a criança na sociedade moderna que vive amedrontada devido às condições da vida urbana hoje. Ao conseguir enfrentar seus medos, porém, a personagem amadurece. Assim, a inversão dos papéis é outra questão de fundamental importância. No final da história, o lobo deixa de ser o forte, dominador, o ser que causa medo para ser a figura dominada, enquanto que Chapeuzinho não é mais a figura dominada e sim, a forte e dominadora. Essa desconstrução é feita sem nenhuma entidade mágica o que afasta essa versão de Chico Buarque dos contos tradicionais.
 
  Ao não trazer um elemento fantástico ou a figura de alguém forte e corajoso – que na versão dos irmãos Grimm se revela pelo lenhador que salva Chapeuzinho e sua avó - para a solução dos conflitos da personagem, expõe-se que a criança é capaz de vencer os seus mais terríveis medos por sua própria capacidade e alcançar um nível de maturidade quando os enfrenta.

 


Grupo 4: Contos de Fadas na Atualidade

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