As narrativas indígenas têm como umas das
principais características a ilustração. Sua importância decorre de dois
aspectos: a preservação da cultura indígena e tornar a leitura mais didática.
No primeiro, normalmente, os desenhos são coloridos e feitos pelos próprios
índios. Para eles, a ilustração é tão importante quanto a própria narrativa; é
a narrativa. São utilizadas para representarem a cultura indígena.
Livros que não são escritos por índios
costumam apresentar falha ao focar apenas na narrativa, alguns se esquecem da
ilustração e acabam não representando a cultura com fidelidade.
A literatura indígena ainda está muito ligada
à tradição oral. Os escritores, indígenas ou não, desejam representar suas
tradicionais canções, narrativas orais por meio da literatura escrita, em suas
línguas de origem ou pela própria língua portuguesa. A leitura de textos indígenas, principalmente
de autoria indígena, deve ser orientada pelo contexto da oralidade. O leitor
deve colocar-se como ouvinte, tornando a leitura mais dinâmica e prazerosa.
Como exemplo dessas ilustrações a imagem a seguir:
“Você está preparado para conhecer a história de Myrakãwéra? Yaguarê Yamã reúne a lenda dos parintins e dos maraguás, povos indígenas do Amazonas, para contar as incríveis aventuras dos curumins Ãgnáw e Ãgapany na região amaldiçoada de Myrakãwéra. Ninguém está a salvo dos temidos mortos-vivos e das formigas gigantes que aterrorizam o lugar!" (Yaguarê Yamã, disponível em: http://yaguareh.blogspot.com.br/)
Por outro lado, a ilustração tem a função de tornar a leitura do texto mais didática. Segundo SIMM; BONIN (2011), geralmente as imagens construídas dos índios são facilmente reconhecidas como tal, figuras esteriotipadas – cabelo preto, tanga, pele morena, rosto com pintura, cocar etc. Essa simplificação é explicada pela provável dificuldade enfrentada pelos leitores – jovens e crianças – com imagens mais complexas que necessitam de um conhecimento prévio para serem interpretadas. “[...] ao naturalizarmos as características de um sujeito em geral somos impelidos a atribuir estas mesmas características a todos os que identificamos como seus pares – a expressão coloquial ‘viu um índio, viu todos’, se aplica muito bem a esta simplificação.” (SIMM; BONIN, 2011, p. 90).
A seguir um exemplo de ilustração com essa função, ilustração de Inez Martins:
GT3
Fonte:
Anais do SILEL, v. 2, n. 2. Uberlândia: EDUFU, 2011. Disponível:
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